Winamp/MusicMatch Jukebox

Revista Intermedic, Campinas, v. 2, n. 6., setembro de 1998

A nova mania da Internet chama-se MP3 (acrônimo para MPEG layer 3), um formato de som que alcança uma taxa de compressão 12 vezes maior do que os arquivos de áudio normais de seu computador. Por exemplo, uma música de 5 minutos, com qualidade de CD, toma cerca de 50 Mb de espaço no seu disco rígido, enquanto no formato MP3 a mesma música ocupa 5 Mb, com praticamente a mesma qualidade.

Devido ao tamanho relativamente pequeno das músicas em formato MP3 a Internet tornou-se o veículo ideal para sua difusão, com uma proliferação intensa de sites relacionados ao assunto (ver Referências). Para ouvir uma faixa, é necessário porém um software especial, chamado player.

Testamos dois destes softwares players. O primeiro, chamado Winamp 2.04 (http://www.winamp.com) pode ser utilizado gratuitamente e possui uma interface semelhante a um equipamento de som normal, com controles básicos (play, pause, stop, forward track), display de informação da faixa (autor, título, tempo) , equalizador gráfico com dez faixas e lista programável de faixas. Esta grande variedade de controles permite uma maior personalização da saída de áudio. Outra característica interessante é a existência de skins, ou seja, interfaces personalizadas para o player, com várias temáticas como TV, esportes, modelos, desenhos animados e que também podem ser descarregadas gratuitamente (http://www.winamp.com/skins/index.html).

O segundo player analisado é o MusicMatch Jukebox 2.50. O MusicMatch também possui o recurso de programação de faixas, porém possui um número muito mais limitado de controles de áudio. Na verdade, o MusicMatch tem menos a função de player do que de gravador de sons, ou seja, ele gera arquivos MP3 a partir de um CD de áudio. Através da conexão com uma base de dados na Internet chamada CDDB (http://www.cddb.com) o programa recupera as informações de cada faixa, como título e tempo, antes de gerar o MP3. O software em sua versão shareware é limitado porém à gravação de cinco faixas por CD.

Os MP3 se tornaram mais interessantes ainda com o surgimento de players portáteis, como o Rio PMP300 da Diamond Multimedia, lançado em outubro passado. O aparelho, semelhante a um walkman, pode armazenar 60 minutos de música com qualidade de CD ou 12 horas de música com qualidade de voz, no formato MP3, funcionando somente com uma pilha AA. Por não possuir partes móveis, o aparelho não dá "pulos" nas faixas, como em CD players. Através de um cabo serial e um software de interface, pode-se transferir os arquivos armazenados em seu computador pessoal para o Rio.

Todas estas características do MP3 tornam-no uma ameaça para a indústria fonográfica como a conhecemos hoje. No futuro, talvez as músicas sejam comercializadas diretamente pela Internet, quem sabe com a supressão do conceito de álbum e com a maior acessibilidade dos artistas independentes ao mercado. Em relação a estes fatos, algumas considerações finais. Primeiramente, enquanto é perfeitamente legal gerar e manter seus próprios MP3 para uso pessoal, distribuí-los constitui violação ao direito autoral, passível de punição prevista pela lei. E finalmente, ainda é difícil achar músicas de artistas célebres, predominando os alternativos e desconhecidos que licenciam o uso de seus MP3s para obterem algum destaque na concorrida calçada da fama.

Referências


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