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A videoconferência na educação

Renato Sabbatini

O Brasil deslancha rapidamente na utilização do computador e da videoconferência na educação. O governo federal pretende alavancar uma imensa revolução nesse sentido, através da aplicação de um fundo setorial de recursos financeiros denominado Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicação (FUST).
 
O FUST, regulamentado e assinado em janeiro pelo Presidente da República, utiliza 1% do faturamento bruto das empresas de telecomunicação para dar acesso às telecomunicações e à Internet para os setores sociais do País que não dispõem de recursos para tal, como cidades remotas e pobres, escolas públicas, centros de saúde, etc. O total de recursos a ser disponibilizado é da ordem de 100 milhões de reais por mês, o que é muito dinheiro. Os projetos de utilização do FUST estão sendo coordenados pela ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações), em trabalho conjunto com vários ministérios.

Um dos projetos do FUST pretende colocar acesso à Internet em 130 mil escolas secundárias públicas, projeto esse que já está sendo licitado pelo MEC. Outro projeto, do Ministério da Saúde, e que é coordenado pelo campineiro Arnaldo Machado de Souza, do DATASUS, vai colocar acesso rápido à Internet em 40.000 centros e postos de saúde em todo o Brasil.

Alguns estados estão fazendo projetos unificados, como o Ceará, onde estive recentemente, conhecendo as atividades de telessaúde. A Secretaria de Ciência e Tecnologia do estado prepara investimentos da ordem de 70 milhões de reais para dotar o Ceará da mais moderna e extensa infra-estrutura de fibras ópticas do país, na área pública, que abrangerá 43 cidades. Cada cidade terá um centro de videoconferência e laboratórios para o ensino prático na área de formação profissionalizante. As fibras ópticas e o satélite chegarão aos rincões mais afastados do alto sertão cearense, modificando profundamente as economias locais e alavancando o desenvolvimento humano. É um exemplo dignificante e pioneiro, que deve ser seguido por outros estados brasileiros!

Esses avanços me deixam muito entusiasmado e otimista. Embora tenhamos muitas deficiências no setor educacional, que passam por sérios problemas estruturais e humanos (inclusive o salário dos professores), notícias como a de que houve mais de 300 mil professores inscritos em um curso sobre o uso da TV na escola (dado pela UniRede, consórcio de universidades públicas brasileiras), indicam que temos um caminho brilhante a seguir nos próximos anos.

 

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Renato M.E. Sabbatini é professor e diretor associado do Núcleo de Informática Biomédica da Universidade Estadual de Campinas, colunista de ciência do Correio Popular, e colunista de informática do Caderno Cosmo. Email: sabbatin@nib.unicamp.br

Veja também: Índice de todos os artigos anteriores de Informática do Dr. Sabbatini no Correio Popular.



Publicado em: Jornal Correio Popular, Campinas, 23/3/2001.
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